segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Pierre Verger - Uma ponte sobre o Atlântico


Desde 3 de dezembro Belém está sediando a exposição itinerante: “Pierre Verger - Uma ponte sobre o Atlântico”, no Museu de Arte de Belém (Mabe). Trata-se de imagens, feitas pelo fotógrafo francês, que mostram cultos religiosos em terreiros de candomblé do Suriname, Paramaribo e Belém, entre os anos de 1948 e 1950. Ainda não pude visitar a exposição, devo ir nessa semana. Segue aí a transcrição das informações, com horários e um texto sobre a exposição, contidas no site da Fundação Pierre Verger:
Museu de Arte de Belém - Belém
03 de dezembro a 31 de janeiro
De terça-feira a sexta-feira, das 10h às 12h e das 14h às 17h
Sábados e domingos, das 09h às 13h.

Entrada gratuita




"Tendo como interesse as imagens registradas por Pierre Verger no Suriname em 1948, em sua maioria inéditas, esta exposição permite ao visitante uma abordagem sobre a temática que é carro-chefe das obras de Verger: a América Negra. Ainda que pouco conhecidas dentro do conjunto de obras de Verger, as fotografias registradas no Suriname ilustram perfeitamente o trabalho realizado pelo fotógrafo sobre as questões afro-americanas. Neste trabalho, o Suriname – e de modo geral as Guianas – se encontram no coração desta América Negra, no centro de um triângulo constituído pela América do Norte, América do Sul e Antilhas.

Realizadas pouco tempo após sua chegada à Salvador e num momento em que ele planejava retornar à África, as 34 imagens do planalto das Guianas apresentadas nesta exposição (numa média de 250 existentes) mostram o envolvimento habitual de Verger com o cotidiano do homem, de um lado, e com as culturas negras e seus aspectos religiosos, de outro. Com o objetivo de contextualizar o trabalho realizado nestes lugares, esta exposição é complementada por outras 49 imagens de Pierre Verger realizadas no Novo Continente, com uma temática afro-americana, associadas a imagens realizadas onde tudo começou: o continente africano. Encontramos, nesta exposição, associações de imagens que ilustram o fluxo e refluxo sobre o qual Verger tanto escreveu.



Este evento, somente possibilitado graças ao encontro do historiador francês David Redon com a Fundação Pierre Verger, é, num primeiro momento, dedicado ao público das Guianas e das Amazônias. A exposição acontecerá sucessivamente em Caiena, Saint-Laurent des Maronis (Guiana Francesa), Paramaribo (Suriname) e em Belém (Brasil) antes de começar um segundo itinerário na região das Antilhas e depois, eventualmente, seguir para a Europa.

Além disso, seguindo um princípio de Pierre Verger, para quem a fotografia era antes de tudo um meio de comunicação e um pretexto para as viagens e os encontros, serão realizadas navegações pelos rios guianenses (únicas vias de transporte nesta região da floresta amazônica) com o intuito de apresentar as imagens em técnica audiovisual às populações marrons que talvez nunca teriam a possibilidade de descobrir tais registros. O fotógrafo francês Christophe Chatverre acompanhará a expedição para gravar os encontros.

Para concluir, um catálogo que mostra o conjunto de imagens desta exposição contextualiza de maneira breve Pierre Verger e a história das populações marrons do Suriname, com um notável prefácio do antropólogo americano Richard Price, especialista em assuntos afro-guianenses."

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

um sopro


o sol em brasa, longe... ela parece que esfria, mas ainda é vermelha
...dá lugar à lua
            perfeita
                  vem mostrar que o sol vive
                                                             por sua clareza
...foi um sopro depois da chuva da tarde
...agora a lua é borrada                                                               
                   Quase que some em degrade com nuvens
                                                                                               cinza.





quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Um olhar sob o mundo



No último dia 30, terminou em Belém, a exposição “Andalucía 1935” de fotografias do etnólogo e, obviamente, fotógrafo francês (francobrasileiro) Pierre Verger- que pena não poder anunciar o início do evento, é que a criação desse blog se deu justamente no dia 30. A mostra contou com imagens capturadas durante uma viagem, a bordo de uma bicicleta, feita pela Espanha do período pré-guerra civil, em especial, a região de Andaluzia que possui uma grande variedade geográfica e cultural.


Além da Espanha, Verger rodou também pelo resto do mundo, nem sempre, é claro, em cima da magrela. Tudo isso começou quando, após a morte de sua mãe, decidiu aprender um novo ofício: a fotografia e levar uma vida errante pelo mundo afora, muito diferente da que tinha levado até então, onde desfrutava dos privilégios da boa condição financeira: "A sensação de que existia um vasto mundo não me saía da cabeça e o desejo de ir vê-lo me levava em direção a outros horizontes".


Sempre acompanhado de sua Rolleiflex, Verger teve contato com as mais diversas culturas, fotografou variados lugares e, principalmente, pessoas. As coisas mudaram quando verger chegou à Bahia, a tranqüilidade do lugar o seduziu, deve ter sido o contraste com a Europa pós-guerra: era o ano de 1946. Lá ficou, em meio ao povo simples onde se sentia bem, conheceu o Candomblé, religião na qual foi iniciado como babalaô: “O Candomblé é para mim muito interessante por ser uma religião de exaltação à personalidade das pessoas. Onde se pode ser verdadeiramente como se é, e não o que a sociedade pretende que o cidadão seja. Para pessoas que têm algo a expressar através do inconsciente, o transe é a possibilidade do inconsciente se mostrar".


 Logo se viu com um novo oficio: o de pesquisador. Verger estudava a diáspora africana, se dedicou à história, costumes e religião dos povos iorubas e descendentes na Bahia e África Ocidental, se tornando um mensageiro entre esses dois lugares. Escreveu livros, artigos e colaborou em pesquisas sobre o tema.
Ainda assim, Verger não deixou de ser nômade, em seu vasto acervo podem ser encontradas fotografias feitas em Belém e alguns outros municípios do Pará. Grande parte desse acervo pode ser vista no site da fundação Pierre Verger.



quarta-feira, 30 de setembro de 2009

UM NOVO UNIVERSO OBSERVÁVEL: espaço limitado por uma esfera, cujo centro é o observador

Quem sabe uma angustia pode ser amenizada; uma paixão pode ser resolvida, mesmo que sendo extinta; uma idéia pode ser percebida, mesmo que medíocre... Sei lá, há tempos que estou postergando a criação desse blog e nem sei bem qual vai ser a função dele, talvez só incitar a prática de escrever. Pois, mantenho, teoricamente, uma vida acadêmica e isso exige essa prática para, finalmente, sair da teoria. Poderia fazê-lo só pra mim, mas ainda assim resolvi criar esse blog. Pra explicar essa atitude, de externar idéias fundadas ou não, talvez eu tenha que escrever um outro texto.
Mas o importante, agora, é tentar descobrir qual a atual intenção desse espaço. Vamos lá: é onde pretendo postar apenas minhas opiniões que, é claro não são absolutas, até por que, pelo que tenho percebido, sou doutor, apenas, quando requisitado no ofício de preparar uma boa caipirinha; não que ache as idéias e opiniões dos doutores absolutas, mas ressalto aquilo apenas para que não ocorra a eventualidade de alguém se ofender com algo escrito por aqui. Isso faz parte das coisas que não são intenção desse espaço. Qualquer um pode concordar ou não com o que for escrito aqui. Espero que as opiniões contrárias não sejam motivos de desavenças pessoais. Afinal, ainda não tenho cacife pra andar em desacordo com Voltaire que, em meio a sua prolificidade diz: “Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las”.

Post Scriptum: Espero críticas, conselhos, dicas, etc.
P.S.: Devo ser um tanto sucinto nos primeiros textos, mas pretendo melhorar em relação a isso. Acho que esse é um dos motivos para a criação desse blog.

     Robert Plant                                                                    Voltaire
CADA UM EM SEU TEMPO. NÃO FOSSE ESTE PODERIAM SER IRMÃOS. HEHEHE